Que tal conhecer uma uva nova?, por Didú Russo

Descubra qual é a uva favorita do nosso colunista Didú Russo para os vinhos do dia a dia. Uma dica: originada no Piemonte, norte da Itália, ela tem corpo médio e boa acidez. Algum palpite?

Curiosos como somos com o vinho. No início, buscamos experimentar e conhecer, caímos nas tentações dos vinhos famosos, renomados, ícones. Depois, passamos a buscar o conhecimento, experimentar, passamos por castas, por países, por estilos. Isso nunca para, pois ninguém é capaz de dizer quantos vinhos existem no mundo.

Barbera D' Asti Ricossa vinho com ótimo frescor, estrutura média e grande acidez. Excelente para uma pizza! #barbera #barberad'asti #ricossa #italia #vino #didu #ovinhodehoje #instvin #instvinho #instagay #dicasdodidu

Publicado por Didu Russo em Segunda, 3 de julho de 2017

Eu imagino que deve ter uns 2 milhões de rótulos de vinho. Tomando como base uma conta superficial de 200 mil vinícolas no mundo (o Brasil tem 1.100 contra Bordeaux com 12 mil!!), sendo que cada uma produz cerca de dez vinhos, temos 2 milhões de vinhos diferentes! Agora, se você imaginar que teremos, digamos, 50 anos para desfrutar com alegria e saúde de um vinho por dia, poderemos provar apenas 1% de todos eles!!!! E então assim saímos em busca de conhecer.

Mas por que estou dizendo isso? Por causa do Barbera Ricossa. Pois a casta Barbera está entre as castas que mais gosto para o dia-a-dia. Um vinho que não enjoa, não cansa, um vinho gastronômico e versátil, que não chama a atenção em relação a muitos vinhos, mas ele é incomparável no cotidiano.

A casta Barbera é da região do Piemonte. Mesmo que no Piemonte os famosos vinhos sejam da maravilhosa casta Nebbiolo, que dá origem aos excepcionais e estruturados Barolos e os “femininos” Barbarescos, o vinho cotidiano dos piemonteses é feito com a Barbera. Encontra-se Barbera em outras regiões também, mas é em Asti e em Alba que ela se mostra mais típica, inclusive emprestando seu nome às denominações Barbera d’Alba e Barbera d’Asti, caso deste exemplar do produtor Lorenzo Ricossa, que curiosamente no século XIX era conhecido por sua pequena destilaria… hoje seus vinhos fazem sucesso por sua qualidade e preço.

A Barbera também costuma entrar em assemblages com Sangiovese, com Nebbiolo, mas é mais comum em pureza mesmo e ostentando seu nome no rótulo. Está entre minhas castas favoritas para vinho do dia-a-dia por seu corpo médio e pela acidez que faz dela um verdadeiro curinga na harmonização. Com pouco tanino e aromas de cerejas e framboesas, faz vinhos sedutores para qualquer momento, com qualquer aperitivo. Ela encara extremos, é ótima com as frituras, com os aliches, com sardelas, um show de vinho cotidiano. Curioso como voltamos aos vinhos simples para o consumo cotidiano.

Este produtor me agradou bastante e seus vinhos têm bom preço. Este vinho pode fazer a alegria de muitos como um vinho de presente nas mesas mais diversas. Curioso notar que a Barbera costuma ter uma cor mais intensa e escura do que a Nebbiolo, que é clara como um Pinot Noir, mas inversamente à sua aparência, a Barbera é de corpo médio comparada à Nebbiolo, que passa a imagem visual de um vinho leve e delicado, o que não é nem de longe.

Saúde!

Didú Russo é Editor do site www.didu.com.br. Depois de ter passado por diversos veículos de comunicação como Revista Manchete, Editora Globo e TV Record, Eduardo Russo – mais conhecido pelo apelido Didú – escreve sobre vinhos desde 1992 e já lançou dois livros sobre o tema: “Nem leigo, nem expert” e “Vinho para o sucesso profissional”. Depois de ter ministrado mais de 200 palestras e ser o Editor de um dos maiores blogs de vinho do Brasil há mais de 15 anos, também é vice-presidente da Confraria dos Sommeliers, colaborador das revistas 29horas, Prazeres da Mesa, do Jornal do Vinho & Cia e é coordenador do Comitê do Vinho da FECOMERCIO, onde atua na desoneração, desburocratização e divulgação do vinho.

Esta matéria fala sobre: O vinho em questão...

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