Vinho e bolo: uma dupla improvável!, por Mariana Vieira

Como uma viagem a Portugal mudou minha forma de ver vinho e meu bolo preferido.

Por Mariana Vieira

O cientista que afirmou que os humanos são primatas imitadores merece toda a nossa atenção. Desde pequenos, somos compelidos a seguir e repetir as ações dos humanos mais próximos, na maioria dos casos, os nossos pais.

Às vezes essa dinâmica é a receita do desastre, mas em um caso específico para mim, significou apreciar essa bebida incrível que é o vinho. Em casa, tanto meu pai quanto minha mãe preferem vinho a outras bebidas. Com a idade e disponibilidade financeira, cada um a seu tempo começou a buscar mais informações e conhecimento sobre o assunto.

Talvez por esse crescente interesse deles (que eu refletia!), em 2011, quando eu tinha 22 anos, meu pai me levou para uma degustação de vinhos portugueses na Associação Brasileira de Sommeliers do Distrito Federal (ABS/DF). O ambiente era similar aos das salas de aula da faculdade que eu cursava, mas o clima ali era outro. Taças alinhadas, ficha técnica, canetas e blocos dispostos. Acredito que tenha sido minha primeira degustação, e me recordo de achar incrível as nuances de cada vinho, algo como “nossa, de fato, eles são completamente diferentes entre si!”.

Também achei super curioso quando a sommelière que conduzia a sessão nos instruiu a mastigar pedacinhos de pão cascudo entre uma taça e outra para limpar o paladar. Ao final, para nossa surpresa, ela apresentou um último rótulo que não estava previsto: um vinho do Porto. Foi amor ao primeiro gole, e ali começou o planejamento de uma viagem que fiz com meu pai no mesmo ano para Portugal, tendo a Cidade de Porto como principal destino.

De lá, além de degustações, andanças e até um cochilo no gramado à beira do Douro — história que só conto inteira ao vivo –, aprendi sobre os diferentes estilos de vinho do Porto, essa bebida fortificada que tem um teor alcoólico elevado, próximo aos 22%.

Mas uma descoberta adorável nas confeitarias e cafés da cidade nunca mais saiu do meu repertório pessoal: vinho do Porto com o acompanhamento de uma generosa e perfumada fatia de pão de ló. Já provou? Eu recomendo muito, principalmente em uma tarde de folga preguiçosa ou no domingo. O pão de ló é uma massa à base de ovos e açúcar, sem adição de gorduras, que apresenta uma textura aerada e perfeita para absorver líquidos. Ficou curioso com essa harmonização? Pois vou ser uma rapariga muito boa e deixar aqui a minha receita do bolo, que você pode degustar com um bom vinho do Porto.

Harmonização: Vinho Fortificado Tinto Porto Van Zellers Ruby.

 

 

Mariana Vieira é uma jornalista brasiliense que mora em São Paulo. É apaixonada por Gastronomia em todas as suas frentes e decidiu empreender uma jornada de aprendizado no maravilhoso mundo do vinho. Acompanhe as descobertas na coluna Diário da taça no blog da Grand Cru.

 

Esta matéria fala sobre: Diário de Taça

Matérias relacionadas:

Vinhos de Sobremesa: a porta de entrada para o Mundo dos Vinhos

Continue lendo

Churchill Graham, uma história de Vinho do Porto e inovação

Continue lendo

Qual é a diferença entre Confraria e Clube de Vinho?, por Mariana Vieira

Continue lendo