Escolhendo o vinho certo: Palavras para descrever um vinho
Você prefere um vinho encorpado, tânico e austero ou um vinho leve, fresco e aromático? Esses adjetivos são importantes para ajudar a descrever um vinho (e identificar quais características agradam ou não o seu paladar!)
O último passo para aprender a escolher um vinho para o seu paladar é conseguir descrever quais características você procura quando não sabe associá-las a uma determinada casta, região ou país.
Redondo ou equilibrado
Costumamos dizer que um vinho que é redondo ou equilibrado quando não restam arestas em taça. Um vinho que é macio, que integra bem todos os seus elementos (acidez, corpo, álcool e taninos) ou que está em seu melhor período de evolução.
Encorpado ou pesado
Vinho que tem peso de corpo em boca. Mede-se o peso de um vinho a partir do peso que exerce sobre a língua.
Exemplos: Malbec, Cabernet Sauvignon e Primitivo
Leve
Muitos consumidores utilizam a expressão leve para falar a respeito de um vinho com baixa graduação alcoólica. Leve, na verdade, é um vinho com baixo peso de corpo (o exato oposto de encorpado!).
Exemplos: Pinot Noir, Gamay e Pinot Grigio
Ácido ou fresco
Não pense que ácido tem conotação negativa ao falar de um vinho. Apenas significa que ele tem elevada acidez, característica que se sente pela alta salivação na lateral da língua.
Exemplos: Riesling, Sauvignon Blanc e Sangiovese
Tânico
Vinho com elevado conteúdo de taninos (polifenol presente na casca das uvas e que causa sensação de adstringência no paladar). Só os vinhos tintos têm tanino, pois os brancos e rosés são vinificados sem a casca ou por tempo insuficiente para transferir tais polifenóis à bebida.
Exemplos: Tempranillo, Syrah e Cabernet Sauvignon
Aromático
É fácil confundir um vinho aromático com um vinho com muitos aromas. Para identificar o aromático, pense somente na intensidade aromática do vinho (mesmo que seja de um único aroma). O vinho é perfumado? É possível sentir o(s) seu(s) aroma(s) mesmo sem aproximar o nariz da taça? Então ele é aromático!
Exemplos: Malbec, Gewürztraminer e Riesling
Complexo
Vinho com grande profundidade de aromas e sabores (não necessariamente com grande intensidade, a diversidade de aromas é o que importa). Muitas vezes utilizado para se referir a um vinho que ganhou notas de evolução com a guarda, chamadas de aromas terciários.
Exemplo: Châteauneuf-du-Pape, Bordeaux e Barbaresco
Austero
Quando algum dos elementos do vinho ainda está em desequilíbrio em relação aos demais, o vinho soa austero ao paladar. Diz-se isso quando abre um vinho destinado a longa guarda antes do período ideal.
Exemplos: Barolo, Bordeaux e norte do Rhône
Macio
Adjetivo muitas vezes utilizado para fazer referência ao tanino do vinho. Quando o tanino é macio e sedoso, passa pela língua como veludo, o paladar parece macio. Presença de glicerina e álcool também deixam o vinho macio.
Exemplos: Merlot, Carménère e Chardonnay com estágio em madeira
Seco
A maioria dos vinhos que consumimos são secos. Vinhos com pouco ou nenhum conteúdo de açúcar residual em sua composição. Na prática, são os vinhos que têm menos de 5 gramas de açúcar residual por litro.
Suave
Muito se confunde o termo suave com macio, mas ao falar de vinho querem dizer coisas completamente diferentes. Suave, no Brasil, quer dizer que o vinho tem mais de 25 gramas de açúcar residual por litro. Normalmente não são vinhos com açúcar residual da própria uva, mas que são feitos de uvas americanas ou híbridas e têm açúcar adicionado artificialmente em sua composição.
A Grand Cru não trabalha com vinhos suaves. Mas, se você quiser um vinho doce com a curadoria da Grand Cru, conheça os vinhos de sobremesa.
Forte ou quente
Quando a graduação alcoólica é muito elevada, diz-se que o vinho é forte ou quente, pois esquenta o paladar e passa marcado pela garganta. Não confunda forte com pesado ou encorpado. Normalmente os vinhos de regiões mais quentes tendem a ser mais alcoólicos, mas a percepção do grau alcoólico do vinho está mais ligado com o equilíbrio dele no paladar.
Gustavo Jazra