Conheça Robert Parker, o crítico de vinhos mais famoso do mundo

Sem nenhum treinamento formal como sommelier, Robert Parker – editor da revista The Wine Advocate e criador da escala Robert Parker de pontuação – é o crítico de vinhos mais famoso do mundo.

Tudo começou quando, em 1967, Parker foi visitar sua noiva que estudava na Universidade de Strasbourg, na Alsácia. Aos 20 anos de idade, Parker descobriu que vinho era a bebida mais barata da região (mais até do que café) e foi quando provou uma garrafa pela primeira vez.

Wine Advocate, a revista de Robert Parker

Formado em direito, história e história da arte, Parker trabalhou como advogado e também foi consultor do Banco de Baltimore. A ideia de iniciar uma revista com as anotações que fazia durante as degustações surgiu a partir do momento que a esposa de Robert Parker ameaçou divorciar-se caso o marido gastasse mais dinheiro com vinho. Parker resolveu, então, começar a trabalhar efetivamente com o que era até então, apenas um hobby.

A primeira edição, lançada em 1978, é uma reunião das anotações de Parker e de outros profissionais de vinho (como Jeb Dunner e Monica Larner) sobre suas degustações. Cada crítico da The Wine Advocate é responsável por avaliar regiões específicas. Parker, por exemplo, degusta apenas vinhos de Bordeaux, Rhône e da Califórnia. Cada edição contém um ou dois editoriais e cerca de cinquenta e seis páginas de comentários dos últimos vinhos provados pela equipe.

A revista hoje é uma das mais importantes publicações do setor e tem mais de quarenta mil inscritos em seu site.

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O ambiente em que Robert Parker degusta vinhos

É comum pensarmos que um crítico do porte de Robert Parker faz degustações públicas, portando-se como um juiz esportivo em uma competição. Mas não é bem assim que seu trabalho funciona. Parker tem um escritório pouco convencional, cheio de papéis cobrindo seu computador e com um aparelho de som potente. A sala é cheia de CDs do Bob Dylan e Neil Young, tudo entre muitas garrafas e pilhas de taças de vinho limpas (e sujas), com uma pia que o permita despejar os vinhos sem fazer sujeira.

E a degustação?  A rotina começa de manhã com vinhos tintos mais encorpados. Durante a tarde, Parker degusta vinhos brancos e, quando já anoiteceu, experimenta espumantes.

A escala de pontuações Robert Parker

Parker percebeu que nos Estados Unidos, seu país de origem, não havia nenhuma escala de pontuações de vinhos que o satisfizesse. Por isso, criou seu próprio método de pontuação, que vai de 50 a 100 pontos. Um vinho muito ruim recebe até 74 pontos (a nota mais baixa dada até hoje foi 56 pontos para um Cabernet Sauvignon). De 74 a 89 pontos o vinho é considerado bom, e mais de 90 pontos classifica uma garrafa como excelente. A pontuação máxima, de 100 pontos, foi dada para apenas 76 vinhos.

Para se ter uma ideia da raridade dessas garrafas, Parker emprestou seu nome a uma seleção de vinhos de Bordeaux avaliados por sua escala em 100 pontos. Cada caixa contém uma seleção diferente de cinco vinhos das 18 vinícolas premiadas.

Hoje o crítico degusta aproximadamente dez mil vinhos por ano e, durante toda a sua vida, já experimentou mais de 200 mil rótulos e safras.

Críticas sobre Robert Parker

Embora tenha uma reputação consolidada no mundo dos vinhos, Robert Parker e a The Wine Advocate também são alvo de críticas construtivas. Uma delas é que Parker acaba por contribuir para a promoção de um único estilo de vinho, sendo os seus rótulos preferidos muito parecidos entre si: frutados e com bastante madeira. Os críticos também dizem que as vinícolas acabam por tentar produzir vinhos que sejam do gosto de Robert, uma vez que os vinhos que alcançam 95 pontos ou mais na classificação RP costumam ser vendidos muito rapidamente, limitando a criatividade dos enólogos.

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