As uvas portuguesas e seus curiosos nomes

Portugal é um país que tem uma grande tradição na produção de vinhos e a região do Douro, que fica ao norte do país, é uma das principais, tanto em quantidade de produção, como na qualidade de seus vinhos.

Com uvas plantadas em encostas próximas ao Rio Douro, em inclinações que podem chegar até os 60o metros – sendo capaz de dar até vertigem aos mais desavisados, essas parcelas de parreiras encontram condições ideais para se desenvolverem. 

Se você quiser fazer enoturismo no Douro, prepare o protetor solar, pois no verão as temperaturas podem chegar próximo dos 50ºC. Para nós é quase insano, mas para as uvas é muito bom.

É por lá que são feitos os vinhos do Porto, produzidos a partir de um processo de fortificação: antes de terminar a fermentação é adicionada uma parte de aguardente vínica (uma espécie de cachaça feita com o bagaço da uva), que tem a função principal de manter o vinho conservado por mais tempo. 

Esta é a razão pela qual você pode abrir um vinho do Porto e deixá-lo aberto por algumas semanas, sem perder muito a qualidade. Mas fique atento, pois a graduação alcoólica desses vinhos é bem alta.

Apesar de sua fama pelos vinhos do Porto, o Douro também produz excelentes brancos e tintos. 

Para esses, são utilizadas praticamente as mesmas uvas, que em sua maioria são nativas e muitas vezes têm nomes bem diferentes, como você poderá ver abaixo. 

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Vinhedos nas margens do Rio Douro, em Portugal.

Os curiosos nomes das uvas portuguesas

Fruto da criatividade portuguesa, essas uvas levam nomes que muitas vezes refletem alguma característica, como a Trincadeira, que é considerada “temperamental” e muito fácil de pegar fungos, “trincando” sua casca facilmente. Essa mesma uva tem o nome de “Tinta Amarela”, que também reflete uma de suas características, que é ter uma folhagem que fica amarelada quando madura. No caso da Tinto Cão, por exemplo, é difícil pensarmos por quê foi batizada assim. E existem inúmeros outros exemplos, como veremos abaixo:

Touriga Nacional

É uma uva-símbolo da região e do país. Geralmente é usada em vinhos feitos com várias uvas, mas é possível encontrar vinhos 100% Touriga Nacional. Bastante usada na produção do Vinho do Porto.

Touriga Franca

É a mais plantada na região do Douro. Em geral vem acompanhada da Touriga Nacional na composição dos vinhos.

Tinta Roriz

Também conhecida como Aragonêz no Alentejo e Tempranillo em Espanha, esta casta é caracterizada pela alta qualidade e rendimento.

Tinta Barroca

Uva que traz aromas frutados aos vinhos, mas que não pode ser plantada em qualquer lugar. Se estiver em uma área muito quente, pode desidratar e a produção toda será perdida.

Tinto Cão

Tradicionalmente, origina vinhos mais leves, de baixa intensidade em cor e tem um nome, no mínimo, interessante.

Tinta Amarela

Esta variedade é altamente plantada no Alentejo, onde é conhecida como Trincadeira ou Trincadeira Negra . Em outras regiões vitivinícolas portuguesas é ainda conhecida como Espadeiro, Crato Preto, Mortágua, Murteira ou Rabo de Ovelha Tinto.

Malvasia Fina

Esta variedade é praticamente obrigatória na elaboração de vinhos do Porto e Douro brancos.

Gouveio

É cultivada só em algumas regiões vitivinícolas portuguesas – e também na Ilha da Madeira, onde é conhecida como Verdelho.

Viosinho

Em geral é usada para misturar com Malvasia Fina no blend dos vinhos do Porto brancos.

Códega

Uma casta muito antiga; hoje em dia é a casta branca com mais área plantada na região do Douro, altamente produtiva, originando vinhos com alto teor alcoólico e baixa acidez.

Malvasia Rei

Casta altamente produtiva, geralmente utilizada em associação com outras variedades de uvas brancas.

Para quem busca vinhos frutados, encorpados, com bom teor alcoólico e que sejam voltados para uma boa refeição, os vinhos do Douro podem ser excelentes companhias. 

Conheça nossos rótulos de vinhos do Douro e prepare sua viagem.

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