5 fatos sobre os vinhos da Itália que você não sabia

A região que hoje conhecemos como Itália foi uma das primeiras do mundo a produzir vinho, há quase três mil anos. Com todo esse tempo de história, o país conseguiu reunir um belo conjunto de lendas e curiosidades que envolvem o mundo da bebida. Confira as cinco curiosidades que separamos para compartilhar com você:

5 fatos sobre vinhos da Itália que você não sabia

1. Tente adivinhar: quantos litros de vinho bebe, em média, um italiano por ano?

Aqui no Brasil a média de consumo de vinho per capita, ou seja, por pessoa, é de aproximadamente dois litros de vinho por ano. Isso é um pouco mais de duas garrafas, talvez duas garrafas e meia. Já na Itália, a média dos italianos é de… 45 litros anuais! É quase uma garrafa inteira de vinho toda semana, para cada italiano.

2. Conheça a história do galo preto que acabou com uma guerra entre duas cidades italianas

Os vinhos de Chianti possuem sempre um galo preto no topo do selo que lacra a rolha. Já reparou nisso?

A história do galo é bem antiga, datada de séculos atrás, ainda durante a Idade Média. Florença e Siena disputavam há décadas por causa das fronteiras que delimitavam as duas cidades. E a região que conhecemos hoje como Chianti ficava exatamente entre elas.

Para colocar um fim à disputa, foi decidido realizar uma corrida entre dois cavaleiros. Cada cidade escolheria um cavaleiro que deveria correr de sua cidade natal em direção à outra e, onde eles se encontrassem no caminho, seria definido os limites da cidade. A largada seria dada pelo canto do galo da cidade anunciando o início de um novo dia.

É de pensar que em uma corrida dessas tudo pode influenciar no resultado, como a idade do cavalo, o peso do cavaleiro e a distância a ser percorrida. No entanto, as cidades se voltaram para escolher o galo ideal que daria o sinal para seu respectivo cavaleiro.

Em Siena, decidiram escolher um galo branco, muito bonito, gordo e de raça, um ilustre exemplar da espécie. O galo foi muito bem alimentado na véspera da corrida, para cantar bem alto e com força. Já em Florença, o povo selecionou um galo preto, e decidiram deixá-lo alguns dias sem comer.

No dia da corrida, o galo branco cantou logo à primeira luz do dia e o cavaleiro de Siena partiu. O que não era esperado era que o galo preto, sem comer há dias, havia ficado louco durante a madrugada e desatou a cantar faltando muito tempo para o sol nascer, de forma que o cavaleiro florentino saiu de sua cidade com muitas horas de vantagem. As fronteiras de Chianti foram estabelecidas dessa forma, e o galo preto virou símbolo da região.

3. Vino di Meditazzione, eles meditam mesmo?

Já ouviu falar dos tradicionais vinhos de meditação da Itália? O vinho de meditação é um vinho bastante peculiar. Diferentemente de um vinho tradicional, os rótulos que ganham esse nome evoluem logo depois de abertos, e precisam ser degustado com calma, sem pressa, ao longo de algumas horas.

Para provar um vino di meditazzione, sirva-se de uma taça da bebida após abrir a garrafa e deixe o restante do seu conteúdo decantando. Faça a degustação, prestando bastante atenção aos aromas e sabores percebidos. Logo que acabar a taça, sirva-se de mais uma. Faça novamente a degustação, percebendo os novos aromas e texturas que se formaram durante o tempo de espera. A terceira taça vai trazer ainda mais complexidade aromática e de sabores. E assim, por diante, até acabar a garrafa.

4. Os 750 mL da garrafa de vinho: uma medida nada redonda

Especula-se que o vidro tenha sido inventado três mil anos antes de Cristo pelos fenícios, mas foram apenas os romanos que desenvolveram as suas técnicas de produção e manipulação. As primeiras garrafas de vidro eram utilizadas para armazenar bebidas em geral, mas os vinhos ainda eram guardados nos tradicionais jarros de barro.

A bebida só teve contato com as garrafas de vidro na Itália no século XVI. Nessa época, o vidro era feito a partir da coleção da massa fundida, que era colocada em um molde e então soprada pelo artesão, para ficar com o miolo oco. Os 750 mL eram a capacidade dos pulmões deste artesãos que assopravam o vidro incandescente e, por isso, se tornou o tamanho padrão das garrafas de vinho – até os dias de hoje.

5. Infinocchiare, a enganação da erva-doce

Antigamente, na Itália, os negociantes de vinho degustavam as bebidas antes de comprar um lote para ser comercializado. Para vender mais, os camponeses que produziam os vinhos ofereciam aos negociantes um pouco de comida para acompanhar a degustação. O petisco oferecido era o finocchio (erva-doce em português) fresco, mergulhada em um pouco de azeite e sal.

Quando a erva é consumida antes do vinho, ela altera a percepção do paladar e esconde possíveis defeitos da bebida. Daí a origem da palavra italiana infinocchiare, que significa enganar, pois os camponeses enganavam os negociantes de vinho com finocchio para conseguir vender vinhos que não haviam alcançado a excelência pretendida.

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