O que significa, afinal, bom custo-benefício ao falar de vinho?
Não é difícil encontrar vinhos baratos. Verdade. Mas o fato de custarem pouco não significa que tenham boa relação entre qualidade e preço. Aliás, poucos vinhos baratos conseguem arrancar as palavras “bom custo-benefício” da crítica especializada. É possível, ainda, encontrar vinhos caros que recebam tal adjetivo. Ficou confuso?
Foi no final de 2015 que o renomado especialista em vinho Jorge Lucki divulgou a extensa lista com os melhores vinhos que provou no ano. Entre as mais diversas categorias, o vinho Zorzal Terroir Único Malbec 2015 ficou em primeiro lugar em “melhor relação qualidade/preço existente no mercado brasileiro” da Argentina.
Afirmamos: vai ser difícil encontrar vinhos de melhor relação custo-benefício do que este rótulo da linha Terroir Único, da bem reputada vinícola argentina Zorzal. Isso porque o conceito de envolve uma série de variáveis que devem ser consideradas (além de simplesmente um bom preço!).
Vamos explicar…
Tudo deve começar nas variáveis que envolvem o custo de um vinho, composto por três fatores principais:
1) Preço da terra usada para cultivar a uva;
2) Método de cultivo, da produção e do envelhecimento;
3) Popularidade do vinho (oferta e procura, pontuações e reputação da vinícola).
Você já deve ter reparado no alto custo dos vinhos norte-americanos, por exemplo, sobretudo dos Cabernets do Napa e dos Pinots do Vale do Sonoma. Além de o preço da terra ser extremamente alto nas sub-regiões da Califórnia citadas (alguns chegam até ao preço dos principais châteaux de Bordeaux!), o mercado norte-americano é o único do mundo que consome mais vinho do que produz – isso sem falar no nacionalismo seja algo presente na cultura do país -, fazendo com que a procura interna por seus vinhos seja enorme.
Quer ter o privilégio de desarrolhar um vinho produzido na fronteira vinícola dos Estados Unidos? Então é certo que vai pagar caro por isso!
Já a parte do “benefício” é mais facilmente compreendida quando substituída pela palavra qualidade. O vinho pode até ser barato, mas ele corresponde à qualidade esperada para os vinhos daquela faixa de preço?
Se é um vinho barato para determinada região, não se pode esperar grande complexidade aromática dele, assim como estrutura para guarda. O contrário já pode ser esperado se o vinho está com o preço acima da média.
Por que o Zorzal Terroir Único Malbec 2015 merece o primeiro lugar na relação preço/qualidade na categoria? É produzido em Gualtallary, em Mendoza (dentro da sub-região de Tupungato, próximo ao vulcão de mesmo nome, que é um dos picos mais altos da Cordilheira dos Andes), pela vinícola “vinícola do momento” da Argentina.
Os irmãos Michelini, enólogos da Zorzal, têm atraído a atenção da crítica especializada com as suas criações – e a Terroir Único é a linha de entrada. Apesar disso, tem aromas sedutores e mostra o caráter mineral característica do terroir de Gualtallary, que se converte em elegância em taça. É difícil encontrar um vinho mendocino com tamanha sofisticação nessa faixa de preço, ainda mais com tantas pontuações: 90 pontos Robert Parker’s Wine Advocate, 92 pontos Guia Descorchados e 92 pontos Tim Atkin.
Pode-se compreender, portanto, que custo-benefício é entre a qualidade esperada dos vinhos em determinada faixa de preço. A qualidade do vinho supera as expectativas em relação aos vinhos nessa faixa de preço? Então pode-se dizer que tem bom custo-benefício!
Aqui nessa matéria especial, fizemos uma lista com os 10 vinhos com o melhor custo benefício da Grand Cru até R$70!
Por Gustavo Jazra